Drª. Elisângela Floro |
DEFESA DE TESE DE DOUTORADO
Título: "Gerencialismo Educacional e Precarização do Trabalho Docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará"
Autora: Elisângela Ferreira Floro
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília
Data: 24/06/2016
Hora: às 14h
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Marília
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências, da Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Marília
- Profª. Drª. Neusa Maria Dal Ri (Orientadora) - UNESP/Marília
- Prof. Dr. Henrique Tahan Novaes - UNESP/Marília
- Prof. Dr. Lalo Watanabe Minto - UNICAMP
- Prof. Dr. Julio Cesar Torres - UNESP/São José do Rio Preto
- Prof. Dr. José dos Santos Souza - UFRRJ
Resumo:
A Lei n. 11892/2008 criou os Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s) a partir da fusão dos CEFET’s, das Escolas Agrotécnicas Federais e das Escolas vinculadas às universidades. As Escolas Agrotécnicas e os CEFET’s eram especializados (salvo algumas experiências com o ensino tecnológico) na oferta de educação profissional técnica de nível médio. Contudo, a Lei que os criou, imputou-lhes a responsabilidade de atuar em todos os níveis de ensino (desde o fundamental até a pós-graduação), como forma de ampliar o número de vagas com menor custo, maximizando o aproveitamento dos recursos estruturais e humanos já existentes. Os docentes tradicionalmente habituados a trabalhar com educação profissional de nível médio se viram impelidos a atuar em vários níveis de ensino e a desenvolver extensão e pesquisa em moldes similares aos praticados nas universidades. Diante da realidade, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) acionou um intenso processo de gerencialismo educacional para regular o trabalho docente, a fim de comprometê-los com as metas da missão institucional, fato que afetou diretamente as condições de trabalho dos docentes que atuam na rede federal de ensino. Em virtude desta situação, esta pesquisa visou investigar se as mudanças na estrutura gerencial do IFCE estão ocasionando gradual intensificação e precarização do trabalho docente. O universo da pesquisa foi composto pelos três campi mais antigos do IFCE, onde realizamos observações diretas e coleta de dados de fontes bibliográficas primárias (tais como a legislação educacional e os documentos internos do IFCE). Realizamos entrevistas com um membro da equipe técnico-pedagógica e/ou dos Recursos Humanos, a fim de averiguar os motivos que conduziram às reformas internas do IFCE e complementamos estas informações com a realização de entrevistas e questionários aplicados a 10% dos docentes de cada campi observado. A partir das entrevistas e dos questionários, observamos que as percepções dos docentes sobre suas condições de trabalho são mais vistas pelo viés da individualidade do que da coletividade, assim, quanto mais vivenciam uma existência profissional marcada pelas dificuldades de trabalho, tanto mais consideram o trabalho precarizado; enquanto que aqueles que sofrem os impactos do gerencialismo educacional de forma menos intensa, tendem a considerar suas condições de trabalho mais favoráveis.