Antonio Marcos A. Nascimento |
DEFESA DE MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO
Título: "O Estágio Supervisionado na Formação de Técnicos de Nível Médio, segundo docentes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica."
Autor: Antonio Marcos de Aquino Nascimento
Instituição: Colegiado do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ
Data: 29/06/2016
Hora: às 14h
Local: UFRRJ - Instituto Multidisciplinar
Sala 209 - Módulo Multimídia
Campus Nova Iguaçu
Av. Governador Roberto Silveira, S/Nº
Moquetá - Nova Iguaçu - RJ
Banca Examinadora:
- Prof. Dr. José dos Santos Souza (Orientador) – UFRRJ
- Prof. Dr. Rodrigo A. C. Lamosa – UFRRJ
- Prof. Ms. Rodrigo Coutinho Andrade – UFRRJ
Resumo:
O estágio supervisionado na atualidade é visto como uma atividade fundamental nas instituições de ensino técnico; porém, várias experiências nos mostram que tal atividade deixa margem para diversos problemas, tais como: exploração da empresa concedente, negligência das instituições de ensino e falta de orientação por conta dos docentes. Diante disto, tomamos como objeto de análise as diferentes concepções e práticas de instituições de ensino profissionalizante em relação à mediação entre escola e o mundo do trabalho, que muitas vezes resulta na atividade de estágio supervisionado. Pretendemos explicar se as mudanças ocorridas nas atividades de estágio curricular permitem que esse tipo de atividade seja identificado com que a sociologia do trabalho tem denominado de “trabalho precário”. Trata-se de uma pesquisa básica, de análise qualitativa, com caráter descritivo, que se insere na categoria de um levantamento, cujos instrumentos para coleta de dados são questionários, entrevistas e Levantamento bibliográfico. Tomamos como referência empírica um conjunto de cinco instituições de ensino pertencentes à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, uma de cada região do país, a partir de uma amostra aleatória de cerca de 30% do total de docentes de cada unidade. No estágio atual da investigação, a título de resultados preliminares, verificamos que a grande maioria dos docentes considera o estágio supervisionado fundamental para a boa formação de um técnico de nível médio, sendo inclusive esta atividade considerada imprescindível para a conclusão do curso. Entretanto, mesmo com essa “supervalorização” da atividade de estágio, o que ocorre é que muitos alunos não conseguem vaga para estágio, a orientação por parte da instituição de ensino é precária, pois os docentes não dispõem de carga horária para orientação in loco, e as empresas concedentes se aproveitam dessa situação para usar o estudante como força de trabalho minimamente qualificada, de baixo custo, sem encargos trabalhistas, submetendo-o a uma experiência completamente desvinculada de sua formação, incapaz de garantir-lhe boa articulação entre teoria e prática. Isso demonstra clara distinção entre teoria e prática na formação do técnico, além de flagrante hierarquização entre essas duas dimensões do conhecimento técnico profissional, onde o estágio supervisionado é visto como o ambiente da prática e a escola é vista como o ambiente da teoria, de modo que o primeiro é mais valorizado que o ambiente da teoria. Embora ainda em caráter provisório, a análise de dados nos permite concluir que a crença dos docentes acerca do poder formativo do estágio supervisionado está pautada numa concepção pedagógica que separa a teoria da prática e que supervaloriza a prática como elemento formativo em detrimento do conhecimento teórico, demonstrando dificuldade para vislumbrar a possibilidade de síntese entre teoria e prática como sentido formativo do estágio supervisionado.