Na última noite de
quarta-feira, dia 28/05/2014, apesar da greve dos rodoviários, da chuva e do
friozinho que abateu Nova Iguaçu, a realização do I Colóquio Trabalho, Política
e Sociedade foi um sucesso e contou com a participação de cerca de 70 pessoas.
A discussão contou com a participação de Paulo Peixoto, da Universidade de
Coimbra; Deise Mancebo, da UERJ; e Jussara Macedo, da UFRJ. A reforma
universitária e os desafios para o trabalho docente foi o tema abordado pelos
expositores, logo após a divertida apresentação do Grupo de Flautistas do Afro
Reagge de Vigário Geral. Sob a mediação de Tânia Almenara, doutoranda do CES/ Univ. de Coimbra, o evento marcou positivamente a nova estratégia de
divulgação científica do GTPS e a vida acadêmica do Instituto Multidisciplinar.
A rápida cerimônia de abertura do evento contou com a presença da Profª Márcia Pletcsh, vice-diretora do Instituto Multidisciplinar, representando a Direção desta unidade acadêmica, e do Prof. José dos Santos Souza, coordenador do GTPS. Esta foi a primeira vez que a Direção do Instituto Multidisciplinar se fez presente a um evento científico do GTPS, demonstrando seu interesse em fomentar a produção e a divulgação científica dessa unidade acadêmica. Isto ficou claro no pronunciamento da vice-diretora quando demarcou a importância do evento e incentivou a sua continuidade. Em seu pronunciamento, o Coordenador do GTPS manifestou a disposição desse grupo de pesquisas para a realização de outras edições.
Por
meio desses colóquios internacionais esporádicos, o GTPS busca fomentar a
reflexão e o debate acerca de temas relacionados a sua área de
investigação: "Trabalho, Política e Sociedade". O objetivo é promover
a interlocução entre pesquisadores nacionais e internacionais, contribuindo
para a dinamização da vida acadêmica do Instituto Multidisciplinar. Assim, por
meio de uma atividade de extensão, o GTPS busca contribuir não só para o
enriquecimento de suas atividades de pesquisa e a de outros grupos de pesquisa,
mas também para o enriquecimento das atividades de ensino de graduação e
pós-graduação.
A
deflagração de greve dos rodoviários do município do Rio de Janeiro e de Nova
Iguaçu na véspera da primeira edição do Colóquio Internacional Trabalho
Política e Sociedade deixou a Comissão Organizadora bastante apreensiva. Como
se não bastasse, uma frente fria a muita chuva no dia do evento completaram o
cenário de muita apreensão. Acreditava-se que esse cenário seria motivo de
esvaziamento ou mesmo de impedimento para realização do evento. Entretanto, o
evento contou com a presença de cerca de 70 participantes que, embora
abaixo da capacidade máxima do auditório, deixou a Comissão Organizadora
bastante satisfeita e com sentimento de dever cumprido.
O acontecimento a parte foi a apresentação cultural que contou com a divertida participação do Grupo de Flautistas do Afro Reagge de Vigário Geral. Um grupo de meninos e meninas garantiram muita descontração com meia hora de clássicos do pop rock entoados ao som de flauta doce e piano, com interação da plateia, motivada pela divertida regente dos meninos, a Ana Paula. Aos poucos, a plateia foi perdendo seu semblante austero, típico do meio acadêmico, e foi se entregando ao clima de descontração que a música dos meninos e meninas do Afro Reagge proporcionou. Já na primeira metade do repertório, já tinha gente dançando e fazendo desengonçadamente as coreografias propostas pela regente do conjunto.
Após a apresentação cultural, o debate se desenvolveu sob a mediação de Tânia Almenara e suscitou inúmeros questionamentos da plateia. O produtivismo acadêmico, suas causas e consequências foram apontados pelos expositores como uma das principais características da reforma universitária promovida no Brasil e em Portugal. Ficou claro o caráter privatista que essa reforma comporta e como o trabalho docente passa a ser pautado pelo clima competitivo e pelo produtivismo exacerbado, trazendo consequências drásticas para a qualidade do ensino e para a vida dos trabalhadores em educação superior no Brasil. Apesar das especificidades, foi possível perceber que, em Portugal, as reformas no ensino superior vividas nas últimas décadas seguem o mesmo rumo: a subordinação do trabalho acadêmico à lógica mercantil e ao produtivismo exacerbado. Considerando que o público era composto por alunos de graduação e pós-graduação do Instituto Multidisciplinar, um campus criado a partir do programa de expansão do ensino superior do governo federal, as exposições causaram muita inquietação, o que se expressou nos inúmeros questionamentos apresentados aos expositores. Enfim, um evento que deixou gosto de "quero mais".