Moacyr Salles Ramos |
DEFESA DE DISSERTAÇÃO
Título: “Limites
e Possibilidades do PRONATEC como ação governamental de ampliação da Educação Profissional
no Brasil: uma análise a partir da experiência do IFRJ”
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Data: 27/02/2014
Horário: 09 horas
Local: PPGEduc/UFRRJ
– Instituto Multidisciplinar - Av. Gov. Roberto Silveira, S/Nº - Nova
Iguaçu – RJ (Próximo ao Viaduto da Posse) - Sala 209 do Módulo Multimídia.
Banca
Examinadora:
Prof. Dr. José
dos Santos Souza – UFRRJ (Orientador)
Profª Drª
Jussara Marques de Macedo – UFRJ
Profª Drª
Marise Nogueira Ramos – UERJ
RESUMO:
O presente
trabalho tem como objetivo refletir sobre a concepção de democratização da
Educação Profissional implementada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec). Apresentamos os pressupostos político-ideológicos
desse programa a luz das transformações ocorridas no mundo do trabalho e na
formação do trabalhador, a partir da crise estrutural do capital. O Pronatec se
propõe a democratizar a oferta de Educação Profissional por meio de um arranjo
institucional que tem como base o Sistema S, a iniciativa privada e as
instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. A fim de
compreendermos a pedagogia-política desse Programa, tomamos como referência
empírica uma das instituições que compõem a Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica, a saber: o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Questionamos se a
entrada dos alunos das camadas desfavorecidas no IFRJ por meio do Pronatec
trata-se de uma inserção precária no bojo de uma discriminação implícita ou se
representa um ganho real para a classe trabalhadora.
Além disso, procuramos
refletir sobre os limites e possibilidades de um real processo de
democratização da Educação Profissional na sociedade capitalista. Trata-se de
uma pesquisa básica, de análise qualitativa, de caráter explicativo, que se
utiliza de questionários, entrevistas, análise de fontes primárias e observação
como instrumentos de coleta de dados. Foi possível constatar que a entrada dos
alunos no IFRJ por meio do Pronatec tratou-se de uma “inclusão excludente”, na
medida em que para esses alunos o governo cria uma estrutura paralela, com base
em contratos de trabalho temporário e em uma organização pedagógica e
administrativa improvisada. Além disso, esse Programa não amplia a estrutura do
IFRJ e aprofunda a distância entre formação geral e formação profissional para
as camadas desfavorecidas, na medida em que não se propõe a elevar a
escolaridade. Podemos concluir que não existe na sociedade capitalista
possibilidade concreta de democratização do acesso ao conhecimento técnico
profissional sob a perspectiva da emancipação da classe trabalhadora. Porém,
programas governamentais como o Pronatec constituem espaços de disputa de
hegemonia importantes para a organização e luta dos trabalhadores por educação
pública de qualidade, uma vez que explicitam limites e contradições da
sociedade de classes para promover a real democratização do conhecimento
técnico profissional.
PALAVRAS-CHAVE:
PRONATEC; Ensino Médio; Ensino Técnico; Educação Profissional; Política
Educacional.