Poder para o povo!
Poder para o povo!
E o poder do povo
vai fazer um mundo novo
Poder! Poder!
Manifestantes presos são transferidos para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro.
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." (Bertolt Brecht)
Em princípio, esclarecemos que o GTPS não tem nenhum vínculo com os Black Blocs, mas como o
trabalho investigativo que realiza segue numa direção absolutamente
inconciliável com os interesses hegemônicos de nossa sociedade, sempre aberto à
reflexão livre e crítica do fenômeno social, nesse momento seria incoerente
para este coletivo científico simplesmente manter-se no silêncio alentador
diante da forma como o Governo do Estado vem tratando as manifestações de
revolta popular ocorridas nos últimos meses, com o aval do Governo Federal.
Está
claro que algo novo está colocado na cena política brasileira. A revolta
popular tem colocado em cheque tanto o poder dos aparatos repressivos do Estado
quanto as organizações partidárias e sindicais conformadas pela concertação
social promovida pelo Estado e pelo empresariado desde os anos 1990. O "novo" reside justamente na insurreição de revoltas populares
em diferentes localidades de todo o país. Tapar os olhos para
essa novidade pode ser até confortável, mas absolutamente ineficaz. Basta observar as cenas do vídeo acima e reparar em quem estava lá para lutar pelos manifestantes presos no momento em
que foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para perceber que
o desespero de nossos governantes diante da ação popular é evidente. Não é reeditando expedientes típicos de uma ditadura que um governo deve lidar com as revoltas populares, mas sim com políticas públicas, com combate à corrupção no governo e na polícia e com disposição para atender às demandas concretas de habitação, saneamento básica, emprego, salário digno, educação pública, gratuita e de qualidade, saúde e previdência social.
Um coletivo como o nosso, que se propõe a estudar o fenômeno social, o trabalho e a educação dos trabalhadores numa perspectiva crítica e descomprometida com os interesses dominantes, não pode se calar diante dessa ação desesperada do Governo do Estado do Rio de Janeiro. É neste sentido que nos manifestamos e nos engajamos em prol daqueles que lutam pela:
Um coletivo como o nosso, que se propõe a estudar o fenômeno social, o trabalho e a educação dos trabalhadores numa perspectiva crítica e descomprometida com os interesses dominantes, não pode se calar diante dessa ação desesperada do Governo do Estado do Rio de Janeiro. É neste sentido que nos manifestamos e nos engajamos em prol daqueles que lutam pela:
- Revogação da LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013, que define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado, sancionada pela Presidenta Dilma Rouseff. Em seu Art. 1º, § 1o, , esta lei "considera como organização criminosa "[...] a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional."
- Libertação dos presos políticos nas manifestações.
- Renúncia do Governador do Estado, Sérgio Cabral, e de seu Secretário de Segurança, José Mariano Benincá Beltrame.