quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Membro do GTPS conclui pesquisa sobre a experiência de implantação do PROEJA no IFRJ/Campus Nilópolis


Tânia Almenara

DEFESA DE DISSERTAÇÃO

Título: "A Experiência do PROEJA no Campus Nilópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro"
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Data da Defesa: 15/08/2012

Banca Examinadora:

Drª. Célia Regina Otranto (Orientador) - UFRRJ
Dr. José dos Santos Souza - UFRRJ
Drª Sonia Rummert - UFF

Resumo: A crise do capital e a consequente reestruturação produtiva implicaram substantivo empenho do governo brasileiro para ajustar o sistema educacional às demandas do mercado. É neste contexto que surgem diversos programas de governo dirigidos à população jovem pobre com o intuito de garantir-lhe empregabilidade por meio da formação do espírito empreendedor afininado com os princípios de um desenvolvimento sustentável. Diante desta problemática, elegeu-se como objeto de estudo o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e seu impacto na formação dos trabalhadores. A hipótese é de que o PROEJA funciona como estratégia de subordinação e conformação dos jovens trabalhadores ao projeto Neoliberal mediado pela Terceira Via, pois, no processo de manutenção da ordem vigente, é necessário que a educação seja também dual e desigual para reproduzir o padrão compósito de hegemonia do capital e, assim, garantir a manutenção das condições de acumulação de capital. Para verificação desta hipótese, toma-se como referência empírica o processo de implantação e desenvolvimento do PROEJA no Campus Nilópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ/Nilópolis). O objetivo da pesquisa é analisar como a experiência do PROEJA do IFRJ/Campus Nilópolis materializa a pedagogia política renovada do capital para educar as massas trabalhadoras para o consenso em torno da idéia de que a educação profissional integrada à educação básica é o antídoto para combater o desemprego e garantir a inclusão social e laboral dos trabalhadores jovens. Utiliza-se como instrumento de coleta de dados a análise de documentos oficiais que regulamentam o PROEJA, entrevistas e questionários aplicados junto aos sujeitos envolvidos no Programa: alunos, docentes e equipe administrativa. Verificou-se que o PROEJA foi implantado no IFRJ/Campus Nilópolis de forma compulsória e aligeirada, por meio de decreto, sem prévia consulta à comunidade escolar, o que gerou insatisfação e precariedade em sua implantação. Além disto, a instituição não apresentava acúmulo de experiência na educação de jovens e adultos e a política de qualificação docente adotada pelo MEC foi ineficaz e não atingiu seus docentes. Também foi verificada precariedade nas condições de ensino/aprendizagem devido à falta de equipamentos e acesso a laboratórios necessários à formação dos técnicos. A pesquisa conclui que, apesar de evidentes contradições, os limites do PROEJA constituem sua exata produtividade, na medida em que funciona como uma espécie de pedagogia política renovada do capital para a construção do consenso em torno da concepção de mundo burguesa e para a conformação dos jovens pobres à condição de desemprego, precariedade e exclusão social em que se encontram.

Palavras-Chave:  Política Educacional; Educação de jovens e adultos; Ensino Médio; Ensino Técnico; PROEJA.