terça-feira, 31 de julho de 2012

Docentes das Universidades Federais Recusam Proposta Indecente do Governo


   Hoje, dia 01/08/2012, a greve dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) completou 75 dias. Entre as reivindicações da classe estão o reajuste do piso salarial (que hoje é de R$ 2,8 mil) e a elaboração de um plano de carreira único. Os funcionários técnico administrativos também iniciaram greve dia 11 de junho. Entre suas reivindicações está o reajuste do piso para três salários mínimos. Com quase 3 meses de início da greve dos professores, 54 das 59 universidades Federais têm seus professores paralisados; entre funcionários técnico administrativos o número é de 47 unidades em greve.
   Apesar da amplitude do movimento, o governo tem dado pouca atenção às reivindicações. A primeira reunião aconteceu dia 12 de junho, quase um mês depois da data de início da greve.
   Além da trégua de 20 dias na greve, rejeitada pelos docentes, o governo propôs aumento salarial e equiparação das carreiras dos professores às dos funcionários do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A promessa do governo, no entanto, é para o ano que vem e não se aplica a funcionários. A justificativa do governo é de que há espaço no orçamento apenas para o reajuste nos salários dos professores e militares. Caso os funcionários também recebessem aumento, as contas não bateriam.
   Diante do endurecimento do Governo nas negociações com  o movimento docente, a preocupação do Comando Nacional de Greve (CNG/ANDES-SN) tem sido participar dos atos unificados com outros setores do serviço público em greve e manter as mobilizações em busca do fortalecimento da luta. Nesta linha, os docentes tem participado de atos com estudantes, servidores técnico-administrativos e servidores de diversas categorias em greve. As mobilizações em todo Brasil mostram a força do movimento grevista, que cresce com a entrada de outros setores. 
   Na reunião de 23/07/2012 com o governo, o Comando Nacional de Greve/ANDES-SN apresentou documento com análise detalhada dos elementos que levaram as assembleias gerais a rejeitarem unanimemente a proposta do governo e indicou caminhos para as negociações avançarem. A consistência dos argumentos e a força da greve levaram o governo a se movimentar e marcar nova reunião para o dia seguinte, quando apresentou às entidades do movimento docente mudanças pontuais na proposta da reunião do dia 13/07. Em sua essência, o texto mantém a desestruturação da carreira docente, pois propõe pequenas mudanças relativas à promoção na carreira docente e às tabelas salariais correspondentes. A expectativa, no entanto, era que o governo absorvesse as críticas feitas pelo Comando Nacional de Greve à proposta anterior e apresentasse nova proposta que, de fato, atendesse às nossas reivindicações. Em uma tentativa de dispersar a luta dos docentes, o governo ainda sugere transferir para Grupos de Trabalho questões centrais que ameaçam o trabalho docente e o projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.



    Ao mesmo tempo em que ocorre a maior greve da educação federal, irresponsavelmente, o ministro Aloizio Mercadante embarcou para Londres na comitiva da presidente Dilma. Enquanto isso, o CNG-ANDES/SN segue trabalhando para avançar nas negociações e está elaborando uma análise da proposta do governo para subsidiar as avaliações e deliberações em nova rodada de assembleias gerais nas IFE em todo o país  para manter e fortalecer a greve.
   A intensificação e radicalização da greve nas bases do movimento docente fizeram o governo convocar nova reunião. O CNG/ANDES-SN reafirma sua pauta de greve e indica a realização do Dia Nacional de Luta e Apoio à Greve dos Servidores Públicos Federais, em 31/07/2012, e, no momento da mesa de negociação com o governo, em 01/08/2012, às 21h, da vigília em todas as universidades federais do país, com a realização do "LUAU DA GREVE". Além disto, o CNG/ANDES-SN promove uma “Chuva de e-mails” à Presidenta Dilma, com mensagens de pedidos para que as reivindicações dos professores sejam atendidas.
Quem quiser contribuir nesta campanha deve enviar as mensagens para imprensa.nacional@planalto.gov.br , com cópia para atendedilma@yahoo.com.br .
   No dia 26/07/2012 o CNG/ANDES-SN publicou um Comunicado Especial onde apresenta uma análise preliminar da proposta do governo e aborda os “aspectos conceituais da proposta de reestruturação das carreiras docentes”. Por meio de um quadro comparativo, busca explicitar diferenças entre as duas propostas apresentadas pelo governo até agora. Em sua análise política, o CNG/ANDES-SN conclui que a proposta do governo não dialoga com nossa pauta de reivindicações da categoria e por isso conclama o Fortalecimento da greve na base. Até o momento, nenhuma das 54 universidades em greve aceitou a proposta do governo.