Ricardo de Souza Ribeiro |
EXAME DE QUALIFICAÇÃO
Título: "A
Experiência do PROJOVEM Urbano no Município de Nova Iguaçu/RJ: inclusão
social ou conformação de jovens ao trabalho precário?"
Autora: RIBEIRO, Ricardo de Souza
Instituição: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas
Populares, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Data da Defesa: 30/07/2012
Banca Examinadora:
Dr. José dos Santos Souza (Orientador) - UFRRJ
Drª. Lilian Maria Paes de Carvalho Ramos - UFRRJ
Drª. Jussara Marques de Macedo - UFRJ
Banca Examinadora:
Dr. José dos Santos Souza (Orientador) - UFRRJ
Drª. Lilian Maria Paes de Carvalho Ramos - UFRRJ
Drª. Jussara Marques de Macedo - UFRJ
Resumo: A
análise aqui desenvolvida parte do pressuposto de que, diante da crise
estrutural do capital e decorrente processo de reestruturação produtiva e
reforma do Estado, constata-se aumento significativo dos índices de desemprego
e agravamento da precariedade do trabalho. Como parte deste mesmo fenômeno, percebe-se
que a qualificação do trabalhador passa a ser conduzida, pelo menos no âmbito
discursivo, ao status de fator de empregabilidade. No Brasil, estas
transformações se evidenciam mais a partir de 1985, quando as empresas passaram
a apresentar uma nova configuração dos processos de trabalho e de gestão da
produção e o Estado renovou seus mecanismos de mediação do conflito de classe,
combinando ampliação da participação e controle social das decisões estatais
com reformulação dos mecanismos de conformação das camadas subalternas. Neste
contexto, a população jovem desponta como o segmento mais penalizado pelos
efeitos perversos desse processo. Por isso o Governo Brasileiro tem buscado
atender esta parcela da população por meio de diversos programas sociais para a
juventude. A educação profissional assume então papel relevante nesses
programas. Diante desta problemática, buscamos
compreender como a política pública de trabalho e renda encampa a educação
profissional como estratégia privilegiada tanto para garantir emprego e renda
como também para conformar aqueles que jamais conseguirão se inserir no mercado
de trabalho por meio da conquista de um emprego formal, com garantias de
direitos trabalhistas. As
políticas para a juventude têm contribuído mais para a conformação social desta
parte da população, servindo como mecanismo de mediação do conflito de classe,
do que para a qualificação técnico-profissionalizante. O PROJOVEM Urbano, na
medida em que não foge à regra, tem servido como uma estratégia em favor do
capital, na medida em que serve para conformação ao
desemprego de boa parte das classes subalternas. Nesta proposta de
investigação, tomamos como objeto de estudo experiência do PROJOVEM Urbano em
Nova Iguaçu. Nosso objetivo é verificar
se tal experiência confirma nossa hipótese de que o PROJOVEM, ao mesmo tempo em
que abre oportunidade de escolarização básica e profissional para quem não teve
oportunidade na idade própria, conforma política e ideologicamente amplo
contingente de trabalhadores jovens à precariedade do mercado de trabalho.