Opinião
Por: Marcelo Ramos dos Santos (Mestrando em Educação pelo PPGEduc/UFRRJ, membro do GTPS)Marcelo Ramos |
Ao observarmos a distribuição de casos do Covid-19 no Rio de Janeiro é possível destacar que a maioria deles situa-se na região metropolitana do estado e, de maneira mais concentrada, no município do Rio.
"A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou neste domingo (22) que havia 186 casos e 3 mortes confirmadas de Covid-19 no RJ [...]. Os casos confirmados estão distribuídos da seguinte maneira: Rio de Janeiro - 168; Niterói - 10; Petrópolis - 3; Barra Mansa - 1; Guapimirim - 1; Miguel Pereira - 1; Exterior - 2" (Portal G1 Rio, 22/03/2020, 18h45).Por sua vez, o inventário de casos do Covid-19 e sua dispersão espacial pelos bairros do município do Rio de Janeiro, publicado no portal G1 de 22/03/2020, permite considerar que a porta de entrada do vírus está associada ao conjunto das localidades onde a população de maior poder aquisitivo costuma habitar.
A "Secretaria Estadual de Saúde contabilizou 119 casos e 3 mortes até sábado. Bairros com mais confirmações são: Barra da Tijuca (29), Leblon (23), Ipanema (21) e São Conrado (11)." (Portal G1 Rio, 22/03/2020, 16h05).
Em termos percentuais, 70,1 % dos casos localizam-se na área mais rica da cidade.
Duas hipóteses imediatas podem ser consideradas:
- os pontos do território do estado mais atendidos pelas redes técnicas (aerovias, rodovias, infovias etc.) e, portanto, mais inseridos nos fluxos do capital são também aqueles que funcionam como pontos de conexão entre os fluxos do Covid-19 e o território fluminense;
- nessa fase da Pandemia, as pessoas ricas e da alta classe média, por possuírem maior capacidade de consumo, de viajar ou de contato com estrangeiros, acabam se tornado a parcela da população onde ocorre a maioria dos contágios e se transformam os principais vetores do Coronavírus.