terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

CÉLIA VEIGA SUBMETE À DEFESA PÚBLICA SUA TESE DE DOUTORADO SOBRE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA


Célia Cristina P. S. Veiga

DEFESA DE TESE DE DOUTORADO



Título: “Determinantes sócio-históricos das mudanças recentes na gestão da educação profissional tecnológica no Brasil.”


Doutoranda: Célia Cristina P. S. Veiga     http://lattes.cnpq.br/0863312283560180



Instituição: UFRRJ – Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc)


Data: dia 12/03/2020
Hora: às 14 horas

Local: UFRRJ/Instituto Multidisciplinar, Auditório do Módulo da Pós-Graduação


Banca Examinadora:

  • Prof. Dr. José dos Santos Souza (UFRRJ) - Orientador
  • Profª. Drª. Deise Mancebo (UERJ) 
  • Prof. Dr. Gaudêncio Frigotto (UERJ)
  • Profª. Drª. Jussara Marques de Macedo (UFRJ)
  • Profª. Drª. Vera Lúcia Jacob Chaves (UFPA)


Resumo: 

A política educacional é um de seus principais instrumentos de manutenção da hegemonia burguesa. Por isto, em seu processo de recomposição diante da crise orgânica do capital, a burguesia aciona medidas para conformar os sistemas educacionais no seio de profundas mudanças estruturais e superestruturais para garantir a restauração de suas bases de acumulação de capital. Esse processo se materializa em duas dimensões: na reestruturação produtiva e na reforma do Estado. Nesse contexto, a sofisticação dos instrumentos de mediação de conflito de classes para garantir a manutenção da hegemonia burguesa impulsiona a articulação de uma política global para a formação humana, de modo a adequá-la às demandas atuais de produtividade e competitividade das empresas. As estratégias formuladas no bojo desse processo impulsionaram reformas em todos os níveis educacionais. Os Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs) foram estruturados a partir deste processo marcado por rupturas e instabilidades. Diante disso, tomamos como objeto de estudo a regulação e desenvolvimento dos cursos superiores de tecnologia. Partimos do questionamento acerca do papel desses cursos na divisão do trabalho educacional do país, se desenvolvimento e a relação deste desenvolvimento com o processo de recomposição burguesa. Nosso objetivo é explicar em que aspecto a regulamentação dos CSTs flexibiliza a formação para o trabalho complexo ao mesmo tempo em que educa o trabalhador para encarar com naturalidade a instabilidade do mercado. Trata-se de uma pesquisa de natureza básica, com abordagem qualitativa e finalidade explicativa, que adota os procedimentos técnicos de uma pesquisa documental cujos tipos de instrumentos são a análise de fontes bibliográficas primárias secundárias. Os resultados da análise evidenciam que a regulamentação dos CSTs são expressão da recomposição burguesa na política educacional e materializa a dualidade educacional no nível superior, assim como são expressão também da reconfiguração da divisão do trabalho educacional e da divisão social do conhecimento. Para este fim, o fomento aos CSTs nas últimas décadas contou com a ampla participação dos aparelhos privados de hegemonia e de seus intelectuais orgânicos comprometidos com os interesses do capital e com o investimento financeiro maciço tanto na implementação desses cursos como na produção de pesquisa acadêmica para justificá-lo como modelo de formação em nível superior. Concluímos que esses cursos cumprem dupla função social. Ao mesmo tempo em que formam quadros para aplicar produtivamente a ciência e a tecnologia, funcionam também como instrumento de conformação ética e moral, ao formar trabalhadores de novo tipo, conformados ética e moralmente à intensificação da precariedade do trabalho e da vida, bem como para participar ativamente na reprodução do sistema do capital, especialmente em contextos de capitalismo dependente. Desse modo, expressa a contradição entre a demanda sistêmica de qualificar para o trabalho e conformar para a vida social e os riscos que isto representa para a manutenção do sistema devido à possibilidade de maior compreensão da realidade concreta pelo trabalhador.




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