quarta-feira, 24 de abril de 2019

PESQUISA SOBRE REAÇÃO DOCENTE À REFORMA GERENCIAL É SUBMETIDA À EXAME DE QUALIFICAÇÃO

Gabriel Melgaço



EXAME DE QUALIFICAÇÃO DE TESE DE DOUTORADO



Título: Reações ao gerencialismo na gestão do trabalho escolar




Doutorando: Gabriel Guimarães Melgaço da Silva      




Instituição: UFRRJ - Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc)


Data: dia 10/05/2019
Hora: às 10 horas
Local: UFRRJ/Instituto Multidisciplinar, Módulo Multimídia, Módulo da Biblioteca, Sala 204


Banca Examinadora:

  • Prof. Dr. José dos Santos Souza - Orientador (UFRRJ)
  • Profª. Drª. Gilcilene de Oliveira Damasceno Barão (UERJ)
  • Profª. Drª. Jussara Marques de Macedo (UFRJ)

Resumo:


A partir de 2011 a Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro é submetida a uma nova forma de gestão escolar depois do mau desempenho, no ano anterior, no IDEB, quando ficou em penúltimo lugar no ranking nacional. Sob a gestão de Wilson Risolia, a SEEDUC-RJ, em parceria com o setor privado, instaura a Gestão Integrada da Escola (GIDE), que visava inserir uma gestão empresarial nas escolas estaduais do estado, sob a promessa de melhor seus desempenhos e atingir os resultados desejados, entre eles a melhora da rede nas próximas avaliações externas. Dessa forma o setor público passa a mimetizar o privado, inserindo métodos como o PDCA, que visa reorganizar o trabalho escolar, a ideia de meritocracia e bonificação por resultados obtidos, que estimulam o corpo docente a produzir mais, sem a contrapartida de um aumento salarial e a ideia de accountability, dado que na visão gerencialista o professor é o responsável pelo mau desempenho da escola e não a falta de políticas educacionais e recursos. Assim, diante da falta de trabalhos acadêmicos que analisem as reações que o corpo docente apresenta para tais modelos de gestão, este trabalho se propõe fazer uma análise das mesmas partindo do pressuposto de três categorias ontológicas de reação: resistência, consentimento ativo e consentimento passivo. Por resistência entendemos a práxis de oposição coletiva a reforma burguesa, visando criar embargos e, até mesmo, eliminá-la da gestão educacional. Por consentimento ativo entendemos a concordância do profissional com a nova forma de gerir a educação, fruto de uma subjetividade pró-empreendedorismo. Por último, entendemos a necessidade de uma terceira categoria de reação, de modo a fugir da dualidade resistência – consentimento, e por isso trabalhamos com a ideia de consentimento passivo, que seria a não concordância com tais modelos de gestão, porém que não se materializa em oposição efetiva. Na sociedade atual, percebemos que tal categoria se apresenta fenomenicamente como resiliência. Trata-se de uma pesquisa básica, qualitativa e de caráter explicativo que se disporá, para a análise devida, dos seguintes instrumentos: a) revisão de bibliografia, b) conceituação teórica das categorias de reação tendo forte embasamento nos trabalhos de Lukács e c) entrevistas com professores da Rede Estadual de Ensino de modo a obter dados que nos permitam uma análise mais aprofundada de como tais reações se manifestam no cotidiano escolar.