quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

REFORMA TRABALHISTA É ALVO DE PROTESTOS EM DESFILE NA SAPUCAÍ

Em tempos de folia, a festa também é política.


Por Alex Kossak, em 13/02/2018
(Mestrando em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Bacharel em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense)




Fotos de Thiago Botelho. Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/rio247/341713/Em-desfile-hist%C3%B3rico-Para%C3%ADso-do-Tuiuti-exp%C3%B5e-o-golpe-ao-mundo.htm
Através do resgate da história negra de nosso país e da crítica social, A G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti, do bairro São Cristóvão, apresentou no sábado de carnaval (11/02/18), na Marquês de Sapucaí, o samba enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”, composto por Cláudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Aníbal e Jurandir. O desfile fez sucesso pela forma como conseguiu traduzir o sentimento do povo brasileiro diante da situação econômica e política do país, associando a situação do trabalho escravo às condições do trabalho no Brasil após a reforma trabalhista do Governo Temer, o "Vampiro Neoliberalista". O desfile da escola que está sendo pouco divulgado pela TV Globo pode ser visto no Youtube. Clique aqui para acessar.
A agremiação foi fundada em 5 de abril de 1954, através da fusão de duas escolas de samba mais antigas: a Unidos do Tuiuti (fundada em 1933) e a Paraíso das Baianas (fundada em 1940), ambas situadas no morro do Tuiuti.
O desfile do sábado do dia 11/02/2018 foi composto por 29 alas, 5 alegorias, um tripé e contou com 3.100 componentes. Com os 130 anos da Lei Áurea, a escola recontou a história da escravidão fazendo crítica à questão racial no país, e também retratou as dificuldades dos trabalhadores do Brasil. Em entrevista para o Jornal El Pais, o diretor de carnaval Thiago Monteiro diz que: 
“O objetivo era tratar da exploração do homem pelo homem. Não só da escravidão negreira, mas dessa exploração que se estende por séculos, passando pelos egípcios, celtas, romanos e que continua nos dias atuais. Fazer uma pessoa trabalhar uma jornada de 12 horas, como as costureiras, por um salário às vezes abaixo do mínimo e com direitos mitigados, é perpetuar esse sistema” (THIAGO MONTEIRO, em entrevista para o Jornal El País, em 12/02/18).
Alas apresentaram o trabalho escravo em diversos momentos históricos de distintas sociedades como a antiga Babilônia, os Gregos, os gladiadores Romanos, os Eslavos que foram escravizados pela Grécia, Roma e pelo povo Germânico, os escravos árabes com leques para abanar seus senhores. O carro abre alas “Quilombo Tuiuti” apresentou rinocerontes simbolizando as construções e fortificações dos povos africanos.
“Meu deus! Meu deus!
Se eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
 é sentinela da libertação”
(Trecho do samba enredo 2018 G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti)
Tratando-se da realidade brasileira, a escravidão foi contada através do carro alegórico “Tumbeiro”, nomeado assim devido às condições desumanas enfrentadas pelos negros escravizados. Uma vez que muitos negros morriam nos navios durante o trajeto, estes ficaram conhecidos como tumbas. Assim, as Alas apresentaram os escravos de canaviais, de faiscação, de ganho, criticando a escravidão e as condições de trabalho.
As riquezas da África foram apresentadas através da ala das baianas, que demonstrava o ouro e as peles de animais como zebras, leopardos; de um carro alegórico, que retratava as riquezas produzidas pelos negros; além de um grande preto velho, que simbolizava o conhecimento, raízes africanas e festejos como a congada. Nesta oportunidade, foi demonstrada a primeira capa da imprensa negra no Brasil, do jornal “O Mulato”, também conhecido com “O homem de cor”, lançado em 1833 pelo editor Francisco Paula Brito (1809-1861).
As últimas alas da escola apresentaram os atuais cativeiros sociais simbolizados por construções de tijolos remetendo as construções das favelas, ala do trabalho, do escravo rural, do trabalho informal, dos guerreiros da CLT, trabalhadores com as suas carteiras e muitos braços demonstrando a classe sobrecarregada. A ala dos “manifestoches” apresentou pessoas com patos amarelos, camisas da seleção brasileira, colheres de pau e panelas. Segundo entrevista realizada para o Jornal El Pais, o diretor de carnaval Thiago Monteiro explica que:
“Como falávamos da exploração do homem pelo homem queríamos incluir a mitigação dos direitos sociais. Através dos patinhos você representa uma situação anterior na qual os direitos eram bem protegidos e a partir do momento em que uma nova ordem política toma o país você tem novas reformas que, na ótica da escola, tiram direitos sociais de uma parcela da população. A escola quis questionar se quem pediu essa mudança não é também vítima. Essa pessoa que foi para a rua não tem esses direitos cortados também?”.(THIAGO MONTEIRO, em entrevista para o Jornal El País, em 12/02/18).
O último carro alegórico, o “Neotumbeiro”, simbolizou as relações de trabalho neoliberais e suas influências na sociedade, de modo que denunciava diferentes formas e níveis de exploração dos trabalhadores. Em sua parte inferior, o carro simbolizava um navio negreiro e, em sua parte superior, a classe dominante, onde um integrante veio em destaque com fantasia de um Vampiro com a faixa presidencial, fazendo alusão ao Presidente Golpista Michel Temer – nomeado “Vampiro neoliberalista”
Em seu final o carro contava com uma grande carteira de trabalho. Interessante apontar que nesse momento os comentaristas da Rede Globo de Televisão não deram destaque ao carro, atitude bastante questionável, considerando que se tratavam de jornalistas. Houve inclusive instantes de silêncio durante a transmissão, sem qualquer comentário, o que deixou o telespectador mais atento com a sensação de que estavam bastante desconfortáveis em abordar a crítica que a  Paraíso do Tuiuti explanava pela Marquês de Sapucaí, ao retratar a reforma trabalhista em paralelo com às condições de trabalho escravo. Apesar da Escola deixar explícito que o “Vampiro neoliberalista” simbolizava o Presidente da República, os jornalistas da Globo não tocaram no assunto, esquivarem-se da realidade que a TV era obrigada a mostrar.
Essa atitude da Rede Globo de Televisão não surpreende, pois é praxe desta empresa apoiar somente seus interesses empresariais, mesmo quando vão contra demandas e anseios sociais. Foi assim em 1964 e o mesmo em 2016. É difícil esconder em palavras e edições de vídeo o que pode ser visto através das fantasias, ouvido na letra do samba e vivido no universo carnavalesco.

Fonte: http://liesa.globo.com/
Com um desfile estetica e ideologicamente político em tempos de folia, mesmo com a mídia hegemônica não valorizando este aspecto, a G.R.E.S Paraíso do Tuiuti demonstrou que na festa da Marques de Sapucaí a política tem espaço, sempre terá e não passará em branco. No embalo do mesmo tom o carnaval de rua carioca não fica pra trás. Não é de agora que o carnaval de rua anda afinado nesse tom. Conhecido como um dos blocos não oficiais no carnaval de rua da cidade, o Cordão do Boi Tolo, que surgiu no carnaval de 2006, ocupou o Aeroporto Santos Dumont neste mesmo dia, cantando palavras de ordem contra o presidente golpista Michel Temer e o atual prefeito da cidade Marcello Crivella. De acordo com a Infraero, o fato ocorreu por volta das 19 horas e durou cerca de 7 minutos.
Ocupação do Aeroporto Santos Dumont pelo Bloco Boi Tolo.
Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia/307622-1
Não causou danos ao terminal nem afetou os horários dos voos. Cabe aqui ressaltar que a maioria dos meios de comunicação chamam o evento de “invasão do aeroporto” e uma minoria chama de ocupação. O conceito de ocupação é adotado pelas mídias não hegemônicas, o que de fato se adequa a realidade dos fatos, como também pelos próprios foliões.
Segundo a pesquisadora Profª Drª Marina Bay Frydberg, que pesquisa a economia da festa no carnaval de rua carioca, vinculada ao Departamento de Artes da Universidade Federal Fluminense, onde atua como docente no Curso de Produção Cultural, o carnaval de blocos de rua do Rio de Janeiro é conhecido por grande contingente de blocos, que podem ser separados em duas categorias: os blocos oficiais e os blocos não oficiais. Segundo sua pesquisa, Frydberg aponta que atualmente o município contém 652 blocos de rua ao todo, contando com os oficiais e não oficiais. Os primeiros são assim denominados por se adequarem a todos os requisitos impostos pela Prefeitura da cidade e a RioTur. Cabe apontar que o carnaval de rua carioca é organizado por meio de parceria público-privada, contando com um caderno de encargos e patrocínios, onde a única empresa selecionada até o ano passado de 2017 desde a sua criação em 2009, foi a DreamFactory (esse ano foi diferente), mesma empresa que produz o evento Rock in Rio. Todavia, neste ano de 2018, esta empresa produziu o carnaval de rua de São Paulo.
Os demais blocos são conhecidos por não se enquadrarem dentro dos requisitos exigidos pelo poder público. Dentro dos blocos e ligas não oficiais existem diversos posicionamentos políticos e, dentre eles, a “Desliga dos Blocos”, que surgiu em 2009, como um coletivo de blocos não oficiais. Há também o movimento “Ocupa Carnaval” que, por meio de um discurso contra a mercantilização do carnaval carioca e contra a repressão do poder público com relação às manifestações nas ruas, pauta suas reivindicações a favor de um carnaval democrático por meio da ocupação do espaço público. Segue manifesto abaixo:
O Carnaval é o mais belo grito do povo! Ocupamos as ruas com estandartes, confetes e serpentinas mostrando que o Rio é nosso: suas colombinas e pierrôs estão vivos e pulsam.
Abaixo as catracas que transformam a cidade em um grande negócio, onde o lucro prevalece sobre a vida, onde o dinheiro é mais livre que as pessoas. Enquanto capitalizarem a realidade, nós socializaremos o sonho.
Viva a energia da rebeldia. Viva a criatividade das fantasias. Viva o Zé Pereira e o Sací Pererê. A cidade não está à venda e nossos direitos não são mercadoria. Foliões, uni-vos!
Ocupa Eles. Ocupa Eu. Ocupa Tu. Ocupa Geral.
OCUPACARNAVAL!
Fonte: https://pt-br.facebook.com/ocupacarnaval/
Segundo a pesquisadora Profª Drª Marina Bay Frydberg: 
“As tensões e relações entre o carnaval oficial e o não oficial passam a externalizar um campo de disputas materiais e também simbólicas sobre a influência desmedida do campo econômico nas manifestações culturais, não só respaldada pelo poder público como incentivada pelo mesmo. O carnaval passa a ser assim disputado em suas práticas carnavalescas, em suas categorizações e nos desdobramentos que essa experiência urbana festiva possa ter na vivência do cidadão com a cidade. Poder público, empresas privadas, blocos, ligas e associações carnavalescas estão disputando as representações sobre a festa e, através dela, das políticas urbanas e dos usos da cidade.” (FRYDBERG; KOSSAK; VASCONCELOS, 2017, p. 759)


Fonte: https://esquerdaonline.com.br/category/home-1/

Em consonância com o espírito político carnavalesco dos blocos de rua, assim como o “Vampiro neoliberalista” e a crítica às condições de trabalho do desfile da Paraíso da Tuiuti, o site da Associação Nacional Dos Magistrados Da Justiça Do Trabalho (ANAMATRA) denuncia que devido a reforma trabalhista brasileira, o país volta a aparecer na lista de casos que devem ser analisados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o site, o “Comitê de Peritos solicita ao Governo brasileiro revisão de dispositivos da CLT alterados pela Lei nº 13.467/2017”. O retorno à lista se deve às possíveis violações a normas internacionais de proteção à liberdade e à dignidade no trabalho na legislação da Reforma Trabalhista. Foi solicitado ao Governo brasileiro, pelo comitê, que após prévia consulta a representações de trabalhadores e empregadores, o exame da revisão dos artigos 611-A e 611-B, que “dentre os aspectos importantes a serem considerados, há o fato de não ser viável negociação coletiva para redução de direitos ou diminuição de garantias ou mesmo negociação direta sem intervenção sindical.”
“A vice-presidente da ANAMATRA vê com preocupação a reinserção do Brasil na lista. A imagem que o Brasil vinha construindo ao longo da sua história democrática de compromissário com a cidadania plena, inclusive no campo do trabalho, começa a ficar comprometida, quando se observa sua reiterada inserção em lista de casos que demandam a tomada de providências e de esclarecimentos pelo Governo brasileiro”, analisa Noemia Porto. “ É importante apontar que o Brasil é membro da OIT desde a sua criação em 1919. Segue o link da notícia na bibliografia onde também é possível consultar na íntegra o relatório do comitê.
Estes fatos demonstram a que a arte e a cultura, juntamente com a educação e a saúde, em momentos políticos instáveis e ilegítimos, são as primeiras áreas a sofrerem ataques da classe dominante e do Estado que invariavelmente se materializam em corte de financiamento e em represália no campo político e ideológico. Todavia, são essas as área que, de alguma forma, são as primeiras a demonstrar indignação de maneira implícita ou explícita por meio das mais variadas formas de manifestação.
No carnaval da Sapucaí, não foi a Paraiso do Tuiuti a única escola a dar cunho político a seu enredo. Teve a Mangueira, fazendo críticas ao prefeito Marcelo Crivella e aos cortes severos no orçamento desse ano para o carnaval das escolas; a Portela, com um samba enredo que tratava a questão da imigração (nordestina) e dos refugiados; e a Beija-Flor, que de forma mais comportada fez críticas à violência, às mazelas da corrupção e à intolerância. Mas é inegável que o desfile da G.R.E.S Paraíso do Tuiuti foi o que melhor traduziu o sentimento popular diante da situação política do país.  Seu desfile trouxe um caráter social pedagógico muito acentuado, onde notava-se a reafirmação e desmistificação da cultura negra, principalmente pelo fato do lugar de fala de seus agentes ser o lugar de protagonismo negro e popular. São as pessoas contando sua própria história através de seus pontos de vista e conseguindo explaná-la na mídia nacional e internacional! Ao aproveitar a oportunidade do desfile, a Escola colocou em xeque uma das maiores emissoras do mundo, a corrompida e nefasta Rede Globo de Televisão, colocando seus jornalistas e demais comentaristas sem palavras para narrar para o público o que viam diante de seus olhos: o presidente da república, protagonista de um golpe jurídico-parlamentar, sendo retratado como o “Vampiro Neoliberalista”.
Já no carnaval de rua, trouxe a ocupação do saguão de um aeroporto realizada por um bloco não oficial, gritando palavras de ordem, demonstrando a potencialidade política de mobilização e de ocupação do espaço público que o festejo tem.
Esses fatos concomitantes em tempos de festejo nos demonstram que no carnaval carioca, mesmo com a dicotomia entre manifestação cultural e evento turístico, onde o festejo é gerido na Sapucaí e nas ruas da cidade pela gestão pública, por intermédio da pasta de turismo e de parcerias público-privadas, sob a hegemonia da lógica neoliberal, uma realidade perversa em que tudo e todos se tornam mercadoria, em um momento de golpe institucional e de desmonte do patrimônio público e dos direitos sociais, é possível pensar que o carnaval não é só festa e que pode e deve ser levado a sério. É também um espaço de reivindicações e de luta política dos trabalhadores. Disputa essa realizada não somente pelos foliões, como também pelos outros agentes carnavalescos, principalmente integrantes dos blocos e das escolas de samba da cidade que demonstram força e potencialidade da cultura popular!
Caberia aos partidos políticos em defesa dos interesses históricos dos trabalhadores repensarem sua relação com a sociedade e buscar traduzir esses sentimentos, insatisfações e críticas em um projeto político democrático e popular capaz de disputar com o projeto neoliberalista e seus vampiros e trazer para o país uma alternativa contra-hegemônica que traduza os interesses dos trabalhadores.

Referências:

ANAMATRA - Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho. Notícia, Reforma trabalhista: Brasil volta a figurar na lista de casos que devem ser analisados pela OIT.  Disponível em: <https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/26164-reforma-trabalhista-brasil-volta-a-figurar-na-lista-de-casos-que-devem-ser-analisados-pela-oit-devido-a-lei-n-13-467-2017> , acessado em 12/02/18;

FRYDBERG, M. B.; KOSSAK, A.; VASCONCELOS, M.E.R. Breve análise das tensões e relações entre o carnaval de rua oficial e o não oficial no Rio de Janeiro hoje.. In: VIII Seminário Internacional de Políticas Culturais - Fundação Casa de Rui Barbosa, 2017, Rio de Janeiro. Anais do VIII Seminário Internacional de Políticas Culturais, 23 a 26 de maio de 2017.. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2017. v. 8. p. 749-760.

MONTEIRO, THIAGO; Diretor Carnaval G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti, em entrevista para María Martín e Talita Bedinelli, jornal EL PAÍS, em 12/02/18. Disponível em: < https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/politica/1518446814_565470.html>, acessado em 12/02/18.

OCUPA CARNAVAL, Manifesto Ocupa Carnaval, 2014. Disponível em:< https://www.facebook.com/ocupacarnaval/photos/a.270636726438873.1073741827.270596019776277/274827976019748/?type=3&theater> acessado em 12/02/18;

GELERIA DO SAMBA. Disponível em: <http://www.galeriadosamba.com.br/escolas/paraiso-do-tuiuti/20/>, acessado em 12/02/18;

AMANTRA. <https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/26164-reforma-trabalhista-brasil-volta-a-figurar-na-lista-de-casos-que-devem-ser-analisados-pela-oit-devido-a-lei-n-13-467-2017> , acessado em 12/02/18;

<http://gresparaisodotuiuti.com.br/site/> , acessado em 12/02/18;

<https://www.bbm.usp.br/node/69>  , acessado em 12/02/18;

<https://extra.globo.com/noticias/rio/folioes-entram-no-aeroporto-santos-dumont-desfilam-pelo-saguao-22392009.html> , acessado em 12/02/18;