quinta-feira, 26 de novembro de 2020

TESE DE DOUTORADO SOBRE REAÇÃO DOCENTE À REFORMA DO ENSINO MÉDIO É SUBMETIDA A EXAME DE QUALIFICAÇÃO

 

Nelma B. Vieira

EXAME DE QUALIFICAÇÃO DE DOUTORADO


Título: "Reação dos docentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro à contrarreforma do Ensino Médio”



Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
                    Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
                    Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares


Data: 21/12/2020
Hora: às 10h
Local: por webconferência. Para acessar, Clique aqui



Banca Examinadora:
  • Prof. Dr. José dos Santos Souza (Orientador) – UFRRJ
  • Profª. Drª. Jussara Marques de Macedo (UFRJ)
  • Profª. Drª. Zuleide Silveira (UFF)



RESUMO: O Ensino Médio tem sido alvo de transformações nas últimas décadas. A última foi em 2016, com a posse de Temer à presidência, primeiro pela Medida Provisória nº 746/2016 e depois com a Lei n. º 13.415/2017. As reformas gerenciais realizadas com à nova legislação e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) demonstram à intenção de uma formação pragmática com propósito de conformar os filhos da classe trabalhadora aos interesses do capital e adaptá-los à nova morfologia do mundo do trabalho. Essas mudanças devem-se à influência dos organismos transnacionais e dos empresários envolvidos nas organizações sociais. Esses grupos apresentam propostas de fragmentação do currículo da escola pública e do papel dos docentes nesse momento de crise orgânica do capital. Diante dessa realidade, elegemos como objeto de estudo a reação dos docentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) frente às reformas gerenciais. A nossa proposta de investigação consiste em identificar a reação dos docentes do IFRJ à contrarreforma do Ensino Médio e à BNCC e analisar essa reação enquanto classe trabalhadora. Nossa análise tem como objetivo categorizar e explicar as formas de reação dos docentes às reformas gerenciais, partindo dos pressupostos das categorias de reação: resistência, consentimento ativo, consentimento passivo ou resiliência. A implementação da Lei nº 13.415/2017 e da BNCC causarão problemas políticos, pedagógicos e econômicos, pois poderá prejudicar o IFRJ nos aspectos que o diferencia das outras redes: a dedicação exclusiva dos docentes, plano de carreira dos docentes, trabalho pedagógico que envolve ensino-pesquisa-extensão e a proposta do currículo “integrado”. A reforma gerencial instalada nesse período surge de um contexto de crise orgânica do capital que desencadeia uma ofensiva da burguesia na reestruturação do processo produtivo e na reorganização do papel do Estado e do Ensino Médio na formação da classe trabalhadora. Para isso, propomos uma pesquisa básica, de análise qualitativa, de caráter explicativo, que se insere na categoria de uma pesquisa documental, com os seguintes instrumentos: a) revisão de literatura) levantamento e análise de fontes primárias e secundárias; c) questionário e d) entrevistas. Serão realizadas entrevistas com docentes representantes do Sindicato dos trabalhadores do Instituto Federal de Educação, coordenadores de curso, diretores de ensino e diretor geral da unidade. Aplicaremos questionário ao universo dos docentes. Recorre-se ao materialismo histórico dialético como o método da tese. A hipótese principal da tese é que os novos modelos gerenciais afetam os docentes na sua práxis e apesar disso a reação é diversa, contraditória e conflitante. Esta reação comporta resistências, consentimentos e indiferenças. Espera-se como resultado desse estudo uma avaliação dos limites e potencialidades das formas de reação docente à contrarreforma do Ensino Médio (resistência, consentimento ativo e consentimento passivo ou resiliência).