Keila Alves P. Lyra |
DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Título: "Evolução da oferta de cursos superiores de tecnologia no Brasil”
Graduanda: Keila Alves P. Lyra
Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Pró-Reitoria de Graduação
Instituto Multidisciplinar
Colegiado do Curso de Licenciatura em Pedagogia - Nova Iguaçu, RJ
Data: 10/11/2020
Hora: às 18h
Local: por videoconferência, Clique no link para acessar: https://us04web.zoom.us/j/9911873568?pwd=bkdYc2J1YlJDOWRXVmw1SFJYcWhWdz09
Banca Examinadora:
Prof. Dr. José dos Santos Souza (Orientador) – UFRRJ
Prof. Ms. Igor Andrade da Costa – PPGEduc/UFRRJ
Profª. Ms. Paula de Macedo Santos – PPGEduc/UFRRJ
Resumo: Os Cursos Superiores de Tecnologia (CST) foram criados com o objetivo de formar tecnólogos de acordo com a lógica empresarial, oferecendo formação enxuta e flexível à classe trabalhadora. Nesta monografia tratamos da evolução dos CST no Brasil, tomando como referência a divisão do trabalho educacional na Educação Superior do país. Nosso objetivo é compreender o sentido das tendências da evolução dos CST no Brasil nas últimas duas décadas. Com base em microdados do Censo da Educação Superior em documentos governamentais buscamos explicitar um panorama da oferta de CST no período de 1994 a 2018. Trata-se de uma pesquisa básica, de análise qualitativa, de caráter explicativo, que se insere na categoria de pesquisas de tipo documental, que se utiliza de dados estatísticos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP) como fonte de dados. A análise nos levou a constatação de que os CST coadunam com a lógica mercantil na educação superior. Sua expansão se deu principalmente pela iniciativa privada, beneficiada pela diversificação institucional promovida a partir dos anos 2000, com ampliação do número de Faculdades e Centros Universitários. De acordo com uma agenda neoliberal, percebeu-se ampla expansão desses cursos após a retomada das políticas de incentivo à Educação Profissional e Tecnológica a partir do final dos anos de 1990, principalmente nos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula da Silva. A partir dos decretos e leis referendados pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a oferta de CST pela iniciativa privada tornou-se bastante viável e propícia. Na realidade, este fenômeno ratifica a velha dualidade do ensino básico no nível da educação superior, quando limita o acesso ao conhecimento científico e tecnológico ao estabelecer padrões distintos de formação superior de acordo com a origem de classe. Neste sentido, os CST corroboram a perspectiva de manutenção das condições de conservação e continuidade da acumulação burguesa no campo educacional. O principal efeito disto é a transferência da responsabilidade de investimento em qualificação profissional para os indivíduos tendo como referência as ideologias da empregabilidade, do empreendedorismo e da sustentabilidade.